quarta-feira, 7 de maio de 2014

sexta-feira, 15 de março de 2013

Pigmentação brasileira


O Brasil em seu descobrimento foi abraçado por africanos e europeus e deu início as várias cores de uma só nação. Nos berços de nossa pátria mãe gentil nos misturamos e crescemos um país de várias etnias onde cada filho tupiniquim carrega em seu sangue as diferentes cores de um país multi racial. Mas o mesmo Brasil que é mundialmente conhecido por essa beleza colorida se limita a uma mentalidade bicolor. 
Todos os anos, desde 1978, é recordado a morte de Zumbi - líder do quilombo de Palmares. No dia 20 de novembro é celebrado o dia da Consciência Negra e assuntos como o racismo em nossa sociedade vem em pauta para tentar mudar o quadro atual de discriminação em nosso país. Mesmo que saibamos a desordem de nossas origens, o Brasil no século XXI ainda sofre por ser um país de discriminação
Ninguém nasce racista, esta é uma ideia implantada através de nosso meio e que futuramente flora lentamente em na cabeça. O trabalho de conscientização que vem sendo aplicado nas escolas tenta colher como fruto uma sociedade mais atenta aos problemas de desigualdade racial. 


A justiça, que em sua cúpula é formada por uma falsa elite, deveria ser exemplo tornando-se cega perante todos. Ao contrário, enxerga perfeitamente no meio das leis de nossa constituição a desigualdade de nossos semelhantes favorecendo a diferença entre raças. A falta de ensino de qualidade em zonas esquecidas torna o programa de cotas um exemplo deste favorecimento. Hoje mais de 400 mil negros ingressam em universidades federais e particulares através deste sistema. E este meio de inclusão vem se tornando um assunto cada vez mais polêmico em nossa sociedade. Existem os que o julgam correto por beneficiar uma parte excluída dos serviços do governo e também os que são contra por favorecer uma raça em um país miscigenado.
A qualidade de ensino deveria ser prioridade em comunidades carentes e favelas para que programas como estes não venham a servir de desculpa de um governo incompetente. Podemos observar que a presença de negros dentro das escolas particulares aumentou consideravelmente nos últimos anos mas mesmo assim este é um processo ainda demorado. 
No século XXI vimos uma nação que se dizia discriminatória eleger um presidente negro e no Brasil onde o machismo é visto a céu aberto, uma mulher agora comanda a cadeira do palácio do Planalto. O velho mundo está acabando, e com ele os velhos preconceitos. Afinal de contas, como já dizia Chico Cesar, “respeitem meus cabelos brancos”.

Douglas Valério
Publicidade & Propaganda

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A mancha branca da impunidade

O Brasil é conhecido lá fora como o país do futuro e aqui dentro como o país do retrocesso. A Proposta de Emenda Constitucional número 37, ou, PEC da Impunidade, é a prova cabal disso.

Quem consegue ferir mais o peito verde e amarelo da terra tupiniquim? Um ladrão de galinhas azul de fome ou os crimes de colarinho branco? Na guerra de cores que compõem a bandeira nacional, a Câmara Federal, composta por 53 deputados federais eleitos de forma proporcional pelos estados membros, estão prestes a tirar essa duvida de seu pleito.

Pode o Ministério Público e outros órgãos como Ibama, Banco Central, INSS investigar crimes administrativos? Ou cabe somente a polícias Federal e Civil essa função?

A Constituição Federal, por mais poder que possa conter nas palavras que compõem suas páginas, algumas vezes deixa à interpretação do leitor o manuseio de suas leis. Em seu artigo 144 ela delega exclusivamente a polícia essa função e já no artigo 129, em alguns casos, diz que outros órgão pode auxiliar na investigação destes crimes.

O Brasil, que disputa hoje o hall de países mais corruptos do mundo, é inadmissível que isso ainda seja um tema de votação. Em caso hipotético de ser aceito, ele deixa de equiparasse a países como Itália, Chile, Estados Unidos e até outros que não possuem o modelo processual como França.

Se essa PEC 37 for aprovada, com o abarrotamento de trabalho das polícias, fica as fácil correr atrás de ladrão de galinha do que limpar de vez essa mancha de impunidade do colarinho branco da história de nossa nação.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Os direitos e deveres virtuais.



            A internet e a Constituição Federal são criações do homem. Ambas cuidadosamente pensadas por mentes geniais de seus respectivos tempos e que tiveram sua finalidade corrompida por seu próprio criador. A primeira, por expor todo seu acervo de informação de forma fácil e prática, caiu na popularidade. A segunda, por sua vez, complexa e de várias interpretações, transformou-se em uma arma na mão de pessoas que deveriam usá-la como escudo para defender as leis.

            Nos últimos anos, os principais meios de comunicação publicaram casos onde aspirantes de advogados publicaram em suas páginas da rede social comentários ofensivos e discriminatórios. E como a internet é terra de ninguém, o julgamento acaba entrando na corte de pessoas que baseiam-se na luz do achismo, complicando ainda mais o entendimento do processo.

      Liberdade de expressão ou violação dos direitos e garantias fundamentais? O direito de um, na internet, ainda segue o princípio básico de extinguir-se quando começar o do outro? Todos os dias, milhares de fotos íntimas são furtadas de equipamentos eletrônicos e caem na rede a disposição de uma infinidade de usuários. Achar o autor do crime, na grande maioria das vezes é impossível. A não ser que as fotos tenham sido retiradas do computador pessoal de Carolina Dickman, que, neste caso, a Justiça desprende forças ocultas para encontrar o criminoso virtual e aplicar-lhe a lei do código penal do artigo 155, que diz que subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel terá pena de reclusão de um a quatro anos, e multa. 

            A internet ganhara proporções maiores que sua finalidade original, isso é fato. Acompanhar sua velocidade de crescimento e suas várias formas de utilização, é algo quase que impossível para a esfera legislativa. Todavia, há de entender-se que onde já existe o congestionamento no julgamento de casos reais, existiria a paralisação total se fosse necessário julgar também os casos virtuais.  

            O Código Penal brasileiro está sendo reinventado pelos legisladores para acompanhar a criatividade da ilicitude, que reinventa-se a cada dia. Porém, como a internet e as redes sociais são temas de estudo em todo o mundo, deveriam também ser tema de ensino nas escolas e faculdades para educar na base da educação um comportamento ideal diante de um mundo onde fronteiras são exploradas a todo momento. A lei da palmada foi instituída porque entende-se que existindo a educação não será necessário a punição.

Douglas Valério

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Fim de ano. Muitas aventuras e confusões.

Quem seria o louco varrido que levantaria a mão pra pergunta: Quem não gosta de final de ano? Se a gente já fica todo empolgadinho quando vai dando 17:50 na sexta-feira por que está acabando a semana, imagina quando chega dezembro e está acabando o ano.

Finalmente podemos nos livrar daquelas promessas de que esse ano eu vou estudar mais, esse ano eu vou emagrecer 10kg, esse ano eu não vou matar ninguém, enfim, parece que fim de ano todo mundo ganha um prêmio por ter suportado tudo que aconteceu nos 365 dias passados.

Na frente da TV, sentados todos no sofá, a família brasileira relembra de tudo que aconteceu no ano inteiro. Um bandido assaltou uma loja e matou 3 pessoas, 20 casas foram soterradas, lá no Rio de Janeiro mais um morro foi pacificado.

Sinceramente gostaria de ver nessas retrospectivas que o bandido foi solto por que em nossa constituição tem algum parágrafo de algum artigo que defende o direito de matar. Gostaria de ver também que as casas foram soterradas por que lá em Brasília alguém colocou na cueca o dinheiro para o asfaltamento do local. E o que é pra mim a maior piada do ano, mais um morro foi pacificado. Por que só agora? Por que a retrospectiva não mostra por que esperamos tantos assassinatos com o tráfico de drogas para só agora alguém dizer chega?

Fim de ano é mesmo uma mistura de aventuras e confusões. Realmente merecemos essas festas. Mais como gratificação por sobreviver em estradas mal pavimentadas e por trabalhar todos os dias por um salário mínimo que mais parece uma piada.

Que venha o Papai Noel e me traga de presente uma aspirina gigante para suportar um 2012 com mais furos de capas de jornal e ver na retrospectiva de fim de ano algo que mais parece uma reprise da do ano passado.

Boas festas a todos.


Douglas Valério

Redator Publicitário

@DogValerio

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Eu falei comigo.

Dês do dia em que escrevi meu primeiro artigo, me dedico aleatoriamente a esta forma de expressão tão complexa e também tão completa. Hoje já possuo um acervo com diferentes temas: A impunidade do governo, pessoas, vida e também contos inventados de minha terra natal chamada criatividade. Acho que a única proposta que não tive oportunidade de falar é sobre mim mesmo.
A quem me conhece, poderia descrever-me em poucas palavras. Um cara simples, que vê a vida de forma simples e que procura sempre ter enxergar o copo meio cheio. Basicamente seria isso. Mas isso, seria uma pessoa falando sobre a minha pessoa. E eu? O que eu diria sobre eu mesmo?
Na noite de segunda-feira, 03 de outubro, data de meu aniversário, após algumas taças de vinho de algum lugar qualquer, pude ter uma conversa franca comigo mesmo. Sabe o que eu me disse? Que eu consegui enganar a todos. Que fui decepção para muitas pessoas e que meu país tinha vergonha de mim. Após escutar estas palavras da boca da única pessoa que eu sabia que nunca mentiria para mim, terminei o último gole do vinho e me levantei da cadeira sorrindo orgulhoso.
Durante toda a minha vida, estudei em escolas que me obrigavam a pensar igual a todos. E durante todo o ano letivo, eu consegui enganar a esses tolos que me passaram de ano simplesmente por que no final eu abria um livro e decorava as palavras que nele continham. A estes eu enganei.
Muita gente queria que eu passasse em uma universidade federal, fizesse administração e acordasse cedo todos os dias de minha vida. Entrei em uma faculdade particular, que não precisa se humilhar para o Governo para ter recursos de uma boa educação. Ingressei no curso de Publicidade e Propaganda, que foi o que eu sempre quis e tenho preguiça a cada manhã que acordo com o estridente barulho de meu celular. A estes eu decepcionei.
Meu país queria colocar-me uma gravata, um sapato e um sorriso. Fui embora e voltei com um braço tatuado, uma camiseta rasgada e os dentes cerrados de raiva por ter que sobreviver em um país corrupto que prefere guardar o dinheiro em paraísos fiscais do que investir na própria terra. A este eu envergonhei.
E quando gritaram em meus ouvidos que o meu jeito não me levaria muito longe. E a estes eu também eu consegui calar sem precisar dizer uma só palavra.

Douglas Valério
Redator Publicitário